sábado, 7 de julho de 2007

Jessier Quirino

Eu estava aqui escrevendo umas outras coisas quando me mandam um vídeo desse camarada. Puts, o cara é muito bom. Ele faz poesias matutas, e faz estas de forma ímpar, além de serem bem estruturadas, são muito engraçadas, a lá Antônio de Morais (autor de Versos de um lambe sola) e Zé da Luz. Por trás das cômicas situações dos personagens, sim algumas poesias apresenta, alguns de seus poemas trazem a tona um pouco da realidade do sertão brasileiro como um todo, um exemplo é a poesia "Zé Qualquer e Chica Boa" na qual ele trata sobre o camarada Zé Qualquer, mas por trás deste heterônimo encontram-se todos os habitantes do sertão brasileiro, todos aqueles que comparam-se com qualquer coisa, menos com gente que é, que tem o dia por dificuldade.

Não sei se por sempre gostar do falar dos matutos, ou por que o cara é muito bom, acabei gostando muito da forma como ele escrever. Segue ai uma parte da poesia citada a cima:


Zé Qualquer e Chica Boa
(Jessier Quirino)

"É cabôco elefantado
Que não tem medo de cruz
Que fita o sol faiscando
Dez mil peixeiras de luz
O Zé que assim se conduz
Nas brenhas deste sertão
O Zé Ninguém, Zé Qualquer
Mas o Qualquer desse Zé
Não é qualquer qualquer não."

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