segunda-feira, 9 de julho de 2007

Preacher


Preacher conta a história do pastor Jesse Custer que, depois de ser possuido por uma entidade chamada Gênesis, descobre a criação de deus-todo-poderoso abandonada pelo mesmo. O pregador, agora dividindo sua mente com a entidade, poê-se à procura de Deus-todo-poderoso para chutar sua bunda e fazê-lo pedir perdão a toda sua criação por tê-la deixado a deus-dará. Quando você lê resenhas sobre Preacher, você sente que essa busca será bem interessante, mas você não espera se deparar com a porralouquice que está por vir, não mesmo.
Jesse não é normal, o que é bastante normal em Preacher, já que ninguém o é. Atormentado por seu passado, durante um de seus cultos recebe Gênesis. Como mágica, toda a cidade na qual pregava a palavra do bom Deus-de-amor, simplesmente pega fogo. Explode. E só resta Jesse, no meio dos mais de 200 cadáveres em sua igreja. Com o massacre, ele se viu abençoado com a "voz de deus", que, ao ser proferida, faz com que aquele a qual é proferida obedeça o pastor, que as usa para fazer justiça no "bom e velho" estilo americano-cowboy de ser.
Em sua busca literal por Deus, Jesse não está só. Ele conta com a inesperada ajuda de sua ex-namorada, a qual ele abandonou algum tempo antes, sem nada dizer, sem se despedir. Onde e quando se encontram mostra que as coisas para ela não iam muito bem. Junto de sua ex, Tulipa, vem um estranho irlandês, Cassidy, que, depois de um tempo, alguns insultos trocados e algumas vidas salvas, torna-se o melhor amigo de Jesse.
Eu não sou bom em analisar roteiros, até porque esse não é meu campo, não sei bem como começar, e não pretendo fazer uma abordagem típica da obra. Posso dizer que Preacher é um quadrinho incrivelmente fantástico, que as palavras de Garth Ennis te mostram como é que é ser um cara simples do Texas querendo viver a vida ao lado de sua bela amada. A arte de Steve Dillon, nas 66 edições que desenhou, é magnífica, você sente muito bem as expressões dos personagens (okay, eu não sei criticar arte, mas tudo bem, eu não usei nenhum foda, ainda e isso é um avanço).
Em termos gerais, Preacher é foda. Realmente fodástico. E te faz perguntar várias coisas sobre Deus e tudo mais que todos tanto supervalorizam ao invés de simplesmente viverem suas vidas.
Ao longo do caminho para Deus, Jesse, Tulipa e Cassidy encontram as mais bizarras criaturas, do Santo dos Assassinos, passando por um adolescente com a cara de cu, a um pervertido líder da igreja católica (não, nada de papa.). Todos com suas histórias bem desenvolvidas por Ennis ao longo da história e complementada com os 6 especiais. (Sacou, 66 edições, 6 especiais, 666, brincadeira com o demo!) Enquanto você lê Preacher você se identifica com seus personagens e eles se tornam próximos de você, como amigos, você fica puto com quem aparece, sente nojo do que é nojento e quer socar um filhos da puta, como Jesse, Cassidy e, eventualmente, Tulipa fazem. Você encontra a verdade nos quadrinhos, nos diálogos, encontra o amor, o ódio, a honra, a traição, a feladaputagem e a redenção. Encontra anjos e demônios e até Deus, se é o que você busca e o que você acredita, você encontra vez ou outra.
O quadrinho do selo Vertigo já foi lançado algumas vezes, a última delas foi pela Devir. Agora, quem detem o título é a Media Pixel, que já lançou um especial com a história do cara-de-cu e uma história sobre Jesse e Tulipa tempos antes dele abandoná-la para se tornar pastor.
Nietzsche disse: "Deus está morto!". De acordo com Garth Ennis, escritor da série Preacher, ele está errado. Deus não morreu, apenas saiu para fugir de sua responsabilidade.

(se você é como eu e não tem dinheiro, nem amigos que tenham, para comprar Preacher, clique aqui)

4 comentários:

TIAGO disse...

PUTZZZ

AGORA EU FIQUEI INTERESSADO PRA LER

*___*

GOSTEI DAS COINCIDENCIAS 666? E DE CERTAS NUANCES DO ENREDO E DO NARRAR

CÊ ME INSTIGOU PIW, FIO DA MÃE!

=P

Unknown disse...

Há! Lançamentos estes que eu tenho o praazer de ter aqui em casa. Ótima resenha, por sinal.

Anônimo disse...

Muito bom, não foi uma critica explorando os detalhes minuciosos do enredo e os traços da arte, mas foi uma abordagem instigante sobre a serie e o desenrolar dos fatos, as jogadas sarcásticas e uns palavrões deram um toque bem humano ao texto, ao mesmo tempo em que procurava manter uma visão imparcial, mas enfim... agora fiquei com uma puta vontade de ler Preacher e uma critica detalhada não teria me incitado tanto...

B!eL disse...

Interessante a idéia desse Blog aqui.

Ficou mais belo ainda por ter citado Nietzsche.